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Nada é circunstancial! Em ajuda mútua, a partilha tem permitido tomar consciência, de que quando se dá o início de uma caminhada em doença crónica, o seu final é desconhecido. No entanto, apesar de cada virar de página inicial ter o mesmo prefácio ... "medo, revolta, angústia, porquê eu?, que fiz de errado, choque e incerteza...", todos gostavam que a sua história tivesse a garantia de um final feliz.
Neste âmbito, segundo Hoekstra & Bradford, em
Chronic Kids - Constant Hope (2000), existem três razões que fundamentam o "porquê necessitamos de uma história":
1-Oferecer um tempo de palavras (importante para a contextualização de palavras e partilha das histórias de vida);
2-Sermos imitadores (por exemplo, quando a criança com doença crónica ouve contar a sua história pelos lábios dos seus pais, promove-se o desenvolvimento da sua identidade e a confidência dos seus recursos e competências - pais seguros /criança segura);
3- Construção perfeita (que reporta à individualidade de cada ser humano e às vivências únicas e intransmissíveis no lidar diariamente com a sintomatologia e gestão da doença, onde cada família constrói um sentido ou propósito de vida).
As supra mencionadas autoras sugerem ainda que se incentive o doente, familiares, pais ... a escreverem as suas vivências num caderno, diário ou álbum de fotografias e se utilize como legendas os momentos de sucesso, com que se ultrapassou um internamento, obstáculo, e/ou adversidade, bem como a utilização de mensagens de esperança (escritas ou desenhadas).
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Deste modo, mesmo não se conhecendo o conteúdo das últimas páginas de cada uma das histórias, os melhores momentos de sucesso e de esperança, ficarão sempre disponíveis ao virar da página!