segunda-feira, março 26, 2007

Para uma implementação bem sucedida ...

Autores como Amico & Davidhizar citados por Baldini (1998:326-327), ao descreverem a sua experiência com grupos de pais de crianças internadas em unidades de cuidados intensivos destacam sete itens para a sua implementação bem sucedida:
"1. Os objectivos do grupo devem ser bem claros..."
"2. A diretoria e a administração hospitalar devem estar envolvidas ativamente..."
"3. A equipe de enfermagem precisa estar motivada a dispender tempo..."
"4. Toda a equipa de enfermagem deve estar envolvida ..."
"5. Avaliações formais regulares devem ser realizadas..."
"6. A enfermeira responsável ...deve representar um elo entre os pais..."
"7. A responsável deve...ter um treinamento para intervenções grupais...
Os mesmos autores quando abordam o papel dos Conselhos de Administração das entidades envolvidas, identificam a sua importância na facilitação de recursos e reconhecimento deste trabalho. Por outro lado a equipa de enfermagem terá de efectuar um planeamento do seu horário, de modo a poder conduzir o grupo ou as actividades que lhe são inerentes, bem como integrar o mesmo na sua prestação de cuidados.
BALDINI, Sonia et al – Grupos de pais: necessidade ou sofisticação no atendimento em unidades de terapia intensiva; Pediatria (São Paulo). 20:4 (1998) 323 – 331.

domingo, março 18, 2007

Uma Experiência de 1976 ...


Na literatura disponível encontrei um artigo que versa o tema dos grupos de pais e que se reporta ao ano de 1976, num serviço de internamento pediátrico, que tinha como objectivo "diminuir a ansiedade das mães e pais das crianças internadas...", com baixo nível sócio-económico. A equipa era multidisciplinar, constituída por médicos (internos de pediatria), assistente social, psicóloga e enfermeira chefe, para desta forma poderem ser esclarecidas dúvidas de uma só vez, sem o risco da disponibilização de informação desintegrada.
Curiosamente a necessidade de efectuar encontros com os pais, emergiu da existência de queixas de vários sectores profissionais acerca da "desorientação dos pais ...no que se refere à doença, queixa que acabava chegando aos médicos de uma forma que não podia ser operacionalmente resolvida e soava como simples reclamação e desabafo, sem provocar qualquer mobilização para mudança".
"Surgiu para os médicos um campo natural: Informar sobre doenças, e os outros profissionais ficavam com uma função secundária; a assistente social ficava à espera de que alguém necessitasse de alguma orientação sobre algum recurso da comunidade; a enfermeira esperando a oportunidade de lidar com os problemas, de como manejar as situações de internação...".
Os autores questionaram-se quanto à ineficácia da intervenção neste grupo, e constataram o seguinte: "...aos poucos fomos nos integrando...nosso maior ganho era sermos "continentes" da ansiedade dos pais e então deixamos de nos preocupar tanto com papéis...".
Como reflectimos esta experiência na actualidade? Constatamos evolução e amplificação não dos problemas mas sim dos recursos, não do médico detentor de saber mas como apoiante em idênticas circunstâncias aos outros elementos da equipa e, da enfermeira como líder na preparação da autonomia dos pais nestes contextos.
REDOGLIA, Sandra et al – Relato de uma experiencia com grupos de pais de crianças internadas com patologia clínica; Pediat. (S. Paulo). 1 (1979) 61 – 68.